terça-feira, 17 de março de 2009

Eles estão descontrolados


Praticamente dia sim, dia não, ouvimos, vemos ou lemos reportagens sobre a violência nas salas de aula nas escolas do Brasil. A guerra não é apenas entre alunos. Agora a batalha se estendeu para alunos X professores.

Professores e diretores com medo dos alunos que estão indo para a sala armados e não admitem ser contrariados, repreendidos ou até reprovados. Não há mais o mínimo de respeito pela autoridade que professor deveria ter.

Seria essa uma resposta aos anos, décadas e séculos de abuso de autoridade dos professores? Sabemos que nem todos professores são bonzinhos. Casos de humilhação, exposição ao ridículo que certos professores fazem seus alunos passarem é histórico. Quem nunca teve uma professora que não admitia ser questionada ou que só sabia gritar com os alunos? Na época que nossos pais ou avós frequentavam a escola, o castigo corporal era até aceito pela sociedade. Quem nunca ouviu uma estória em que o educador, seja professora, padre ou freira aplicava como castigo ajoelhar sobre o milho ou batia na criança com uma régua?

Mas a violência dos alunos com os professores não acontece apenas nas escolas públicas. Alunos de classe média alta também estão fora de controle. A novela Caminho das Índias está retratando isso. Não acompanho a novela, mas o pouco que vi, achei fiel à realidade. Os pais não impõem limites aos filhos, passam a mão na cabeça em tudo que de errado eles fazem e fica por isso mesmo. Os chamados playboyzinhos acham que o mundo serve para lhes servir. O ator Duda Nagle está fazendo muito bem esse papel.

A meu ver, esses jovens aprendem essa prepotência e arrogância dentro de casa. Os pais servem de espelho para os filhos e o que os filhos veem em casa, as chances de reproduzir as atitudes fora dela, são enormes.

Veja a seguinte situação: uma vez estava no bar Escritório, na Praia do Canto (para quem não sabe, área nobre de Vitória-ES) e um garotão já meio alterado pelo álcool estava gritando, falando alto, sendo incoveniente mesmo e quase arrumando confusão. Eis que ele solta a pérola com uma outra pessoa: - Você sabe com quem está falando? Sou fulano de tal, meu pai é o juiz tal...

Só por essa frase, já dá pra saber que tipo de pessoa esse garoto deve ser. Sem querer fazer julgamentos, mas como o pai desse garoto deve tratar as pessoas? Juízes e desembargadores (nem todos mas vamos combinar que quase todos eles) se acham acima do bem e do mal. O Judiciário brasileiro tem essa característica de se achar intocável, que ninguém pode mexer com ele. Voltando ao garotão do bar, será que ele não estaria apenas reproduzindo um comportamento que ele vê em casa?

Os pais transferiram para a escola, para a Igreja ou para qualquer outra instituição a tarefa de educar seus filhos. Se a situação chegou a esse ponto, acredito que a ausência dos pais e falta de diálogo foram uns dos motivos.

Um comentário:

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