segunda-feira, 30 de março de 2009

Começo do fim?


Ontem, mais uma vez terminei meu domingo vendo um documentário no GNT (estou adorando esses documentários exibidos pelo canal todo domingo à meia-noite) e o tema foi a crise econômica nos EUA. A pergunta principal foi: como o país mais rico do mundo chegou a esse ponto? Após 1h30 de documentário, a conclusão foi principalmente irresponsabilidade fiscal.
O tamanho da crise aqui no Brasil, nem se compara com o que os americanos estão passando. Se comparar o impacto da crise na economia americana com a brasileira, aí sim, nosso presidente tem razão em achar que é uma marolinha.

Resumindo o documentário, a crise econômica nada mais é do que a conta para se pagar após anos, décadas de gastos e consumismo desenfreados. Os governantes estão fazendo campanha, ensinando a população dos EUA a economizar, a poupar dinheiro. Isso para nós, pode parecer normal pois durante anos vivemos com alta inflação, planos econômicos loucos que a solução para o povo era a velha, boa e confiável poupança. Mas nos EUA, pelo visto, eles não sabem o que é isso. Eles compram sem ter dinheiro para pagar. Com juros baixos e créditos altos dá-se a falsa impressão de riqueza e prosperidade. Fizeram um comercial num tom de paródia da situação em que a mensagem foi: Don't buy it if you can't afford it (não compre se não puder pagar).

O consumismo desenfreado americano contaminou o mundo todo, inclusive o Brasil. Nosso consumismo nem se compara ao americano, claro, quem já foi aos EUA sabe que as coisas lá são tão baratas, é tanta facilidade, o dinheiro corre com tanta rapidez que é uma tentação difícil dos consumidores resistirem, mas estamos aprendendo com eles. Nunca a classe média esteve tão endividada. Nossos jovens e adolescentes estão endividados. Eles não conseguem e não sabem poupar o dinheiro que tem. Tudo em nome de um consumismo louco incentivado em parte pela mídia (que tem parcela de culpa nisso sim). É uma corrida para se ter o celular mais moderno, o iPod de maior quantidade de Gigas possíveis, iPhone, tênis, laptos, viagens, bolsas, sapatos, carros, casas, apartamentos e por aí vai.

Em um momento do documentário, houve o questionamento se este é o começo da queda do império americano. Comparam os EUA à Roma. O que levaram o maior Império Republicano da história (o Romano) à falência foram excesso de confiança, gastos exorbitantes em armamentos e guerras e principalmente, a irresponsabilidade fiscal do governo, ou seja, gastou-se mais do que tinha. E os EUA têm isso tudo. Se acham os maiorais, que nada os afeta, que o mundo depende deles, gastaram bilhões com as Guerras do Iraque e Afeganistão e os gastos do governo são incontroláveis. Os EUA são o país que mais deve no mundo.

Segundo o documentário, os EUA foram o país com o maior déficit comercial do planeta em 2007 e a China, o país com o maior superávit. Ainda segundo o documentário, os EUA precisariam hoje para sair do vermelho, de 53 trilhões de dólares! 53 TRILHÕES! E quanto desse dinheiro eles têm para saldar a dívida? Zero.

Será que o que aconteceu com a Inglaterra em meados do século passado, vai acontecer com os EUA? Em 1956, a Inglaterra junto com a França brigavam com o Egito pela dominação do Canal de Suez. Ingleses e franceses contavam com a ajuda dos americanos nesse impasse, mas a União Soviética ameaçou interceder a favor dos egípcios. Para evitar um conflito militar com os soviéticos, os EUA ordenaram que a Inglaterra desestisse do Canal de Suez. E como eles fizeram isso? Como no pós-guerra, a Inglaterra estava falida, os EUA compraram diversos títulos, papéis do tesouro inglês e ameaçaram vendê-los caso o Inglaterra não desistisse do Canal de Suez, o que provocaria uma desvalorização gigantesca da moeda do país da rainha. O que os ingleses fizeram? Em menos de uma semana após o ultimato americano, os ingleses estavam retirando suas tropas de Suez. Muitos historiadores atribuem esse fato como o sepultamento definitivo do Império Britânico.

O fator econômico pesou em 1956 e será que a história vai se repetir? Qual o país que tem 477 bilhões de dólares em títulos americanos? A China. O próximo dono do mundo será a China?

Você é tão pessimista como alguns pensadores americanos ao afirmarem que os EUA estão próximos da falência? Do fim? Você acha que essa crise vai fazer com que surja uma nova ordem mundial? Particularmente, eu acho que não. A história está aí para aprendermos com os erros do passado e não repeti-los. Os EUA vão continuar sendo os poderosos, vão conseguir sair da crise sim, mas a diferença é que vão ter que dividir sua hegemonia e influência com outras prováveis potências do futuro como a China e a Índia. E o Brasil? Ah, o Brasil é o eterno país do futuro. Um dia a gente chega lá rss.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O que você faz quando ninguém te vê fazendo?


Ontem à noite, estava vendo, no GNT, o documentário sobre o caso do austríaco Josef Fritzl, que estuprava e manteve por 24 anos sua filha presa no porão de sua casa. Josef teve 7 filhos com a própria filha. Após este documentário, o canal começou a exibir outro e o tema foi as prostitutas da Praça da Luz, em São Paulo. Detalhe: as prostitutas de lá têm mais de 60 anos! As duas mulheres da foto acima são apenas algumas das que deram depoimento para o documentário. Achei curioso e resolvi assistir até o final. E quando você acha que já ouviu e já viu tudo nesse mundo...

O curioso, para não dizer bizarro, foram senhoras de 60, 70 anos relatando suas experiências e o mais bizarro ainda é o que os seus clientes pediam para que elas fizessem com eles. Só para citar alguns:
- teve um que pediu para que ela deixasse crescer pelo nas axilas porque o cheiro dava tesão nele e ele gostava de lamber a axila (peluda de preferência) da prostituta;
- outro pediu para que uma ficasse sem lavar a vagina por uma semana porque ele gostava dela suja;
- um pediu para que ela urinasse na boca dele enquanto ele gozasse;
- teve um que pediu para que ela enfiasse a mão no ânus dele;
- um garoto de uns 18, 20 anos queria porque queria transar com uma prostituta de mais de 80 anos porque ele só sentia prazer com alguém desta idade.

Após assistir a este documentário, me veio à cabeça reportagens que li ou vi na televisão de garotos e garotas de programa, e também de travestis relatando as bizarrices que seus clientes pediam.

E esses clientes, em grande parte, são pessoas que nem suspeitamos que possam ter essas taras. Pais de família, executivos bem-sucedidos, artistas, intelectuais e por aí vai... Imagine você se descobrisse que seu rígido e impecável chefe, isento de qualquer suspeita, na sua intimidade gostasse de levar umas boas surras ou gostasse que urinassem nele ou ainda gostasse de ser penetrado por um travesti?

Será que somos uma sociedade doente? Qual seria a explicação para taras bizarras (pra não dizer nojentas) como essas? Será que estamos rodeados de pevertidos, tarados, pessoas frustradas sexualmente? Repito, somos uma sociedade de doentes? E em se tratando de sexo e prazer, o que pode ser considerado normal ou não?

Nelson Rodrigues disse uma vez que se conhecêssemos as pessoas sabendo o que cada uma faz na sua intimidade, ninguém apertaria a mão de ninguém. O que você faz quando ninguém te vê fazendo?

quarta-feira, 18 de março de 2009

Adeus a Clô


Como todos já sabem, morreu ontem o deputado Clodovil Hernandez. Apesar de não gostar dele, admito que o estilista teve um importante papel na mídia brasileira. Encrenqueiro, debochado e de humor ácido, acredito que Clodovil agregou mais desafetos do que amigos durante sua passagem na Terra.

Apesar de tudo, Clodovil às vezes falava a verdade, dizia o que precisava ser dito diante dessa enorme hipocrisia que vivemos na sociedade. O problema era a forma como o deputado dizia as coisas. Sempre muito agressivo e num tom de prepotência, suas palavras (bem afiadas) eram a arma para ferir e sabemos que muitas vezes, palavras doem mais do que violência física.

Não gostava desse olhar arrogante dele, aliás, não suporto esses gays de humor ácido, que debocham de tudo e todos e que só com seu olhar prepotente, chega a intimidar as pessoas. Mas ao mesmo tempo, penso da necessidade e importância de se ter pessoas como Clodovil, para mexer com a sociedade, abalar com a tal normalidade e moralidade existente.

Que o deputado/estilista possa ter mais paz do lado de lá do que teve aqui e para terminar, uma piada sobre Clô para descontrair hehehe:

Qual seria o melhor epitáfio para Clodovil?

a) Ai, to morta!

b) Enterrado pela última vez.

c) Vaza Ronaldo Ésper! Eu disse va-za, ok?

terça-feira, 17 de março de 2009

Eles estão descontrolados


Praticamente dia sim, dia não, ouvimos, vemos ou lemos reportagens sobre a violência nas salas de aula nas escolas do Brasil. A guerra não é apenas entre alunos. Agora a batalha se estendeu para alunos X professores.

Professores e diretores com medo dos alunos que estão indo para a sala armados e não admitem ser contrariados, repreendidos ou até reprovados. Não há mais o mínimo de respeito pela autoridade que professor deveria ter.

Seria essa uma resposta aos anos, décadas e séculos de abuso de autoridade dos professores? Sabemos que nem todos professores são bonzinhos. Casos de humilhação, exposição ao ridículo que certos professores fazem seus alunos passarem é histórico. Quem nunca teve uma professora que não admitia ser questionada ou que só sabia gritar com os alunos? Na época que nossos pais ou avós frequentavam a escola, o castigo corporal era até aceito pela sociedade. Quem nunca ouviu uma estória em que o educador, seja professora, padre ou freira aplicava como castigo ajoelhar sobre o milho ou batia na criança com uma régua?

Mas a violência dos alunos com os professores não acontece apenas nas escolas públicas. Alunos de classe média alta também estão fora de controle. A novela Caminho das Índias está retratando isso. Não acompanho a novela, mas o pouco que vi, achei fiel à realidade. Os pais não impõem limites aos filhos, passam a mão na cabeça em tudo que de errado eles fazem e fica por isso mesmo. Os chamados playboyzinhos acham que o mundo serve para lhes servir. O ator Duda Nagle está fazendo muito bem esse papel.

A meu ver, esses jovens aprendem essa prepotência e arrogância dentro de casa. Os pais servem de espelho para os filhos e o que os filhos veem em casa, as chances de reproduzir as atitudes fora dela, são enormes.

Veja a seguinte situação: uma vez estava no bar Escritório, na Praia do Canto (para quem não sabe, área nobre de Vitória-ES) e um garotão já meio alterado pelo álcool estava gritando, falando alto, sendo incoveniente mesmo e quase arrumando confusão. Eis que ele solta a pérola com uma outra pessoa: - Você sabe com quem está falando? Sou fulano de tal, meu pai é o juiz tal...

Só por essa frase, já dá pra saber que tipo de pessoa esse garoto deve ser. Sem querer fazer julgamentos, mas como o pai desse garoto deve tratar as pessoas? Juízes e desembargadores (nem todos mas vamos combinar que quase todos eles) se acham acima do bem e do mal. O Judiciário brasileiro tem essa característica de se achar intocável, que ninguém pode mexer com ele. Voltando ao garotão do bar, será que ele não estaria apenas reproduzindo um comportamento que ele vê em casa?

Os pais transferiram para a escola, para a Igreja ou para qualquer outra instituição a tarefa de educar seus filhos. Se a situação chegou a esse ponto, acredito que a ausência dos pais e falta de diálogo foram uns dos motivos.

quinta-feira, 12 de março de 2009

2010


Se tem uma coisa que eu aprendo na minha convivência com os políticos é a ansiedade (a como não ser ansioso). Mal saem de uma eleição e já pensam na outra. Não desfrutam o aqui e agora. Estão sempre com a cabeça lá na frente, nunca no presente.

Ano passado tivemos eleições municipais e os prefeitos eleitos mal mal sairam das eleições e já pensam em 2010. As alianças, as distribuições de cargos, a troca de partido, etc. E a população, os eleitores? Será que nossos políticos pensam um milésimo de segundo sequer na gente? Creio que alguns sim, mas são poucos.

Vejam o PMDB, por exemplo. Tem partido mais prostituto do que esse? Sem ideologia nenhuma. Não interessa, para o PMDB, quem está no poder, se é PT ou PSDB, desde que ele faça parte da base aliada do governo e com isso consiga seus cargos no alto escalão do governo. A entrevista que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) deu à revista Veja há algumas semanas foi maravilhosa. Ele falou o que todos já sabiam, que o seu partido adora corrupção e só quer saber de cargos e benefícios. Quem não leu, deveria ler.

Voltando ao assunto 2010, o PT já saiu na frente para lançar Dilma Roussef como sucessora de Lula. Os marqueteiros, claro, já entraram em cena botando a ministra pra fazer plástica, para sorrir mais para ver se ameniza essa imagem carrancuda dela. Ou seja, o objetivo é que Dilma se transforme numa mulher do povo. E como ela não é boba, ela aproveita as obras do PAC para rodar o Brasil inteiro e se tornar popular na carona da megapopularidade do presidente Lula.

Enquanto isso, o PSDB esperneia dizendo que o PT faz propaganda fora de hora, o que é ilegal. E além de espernear, se divide em quem lançar para presidente em 2010: José Serra ou Aécio Neves? O governador mineiro defende prévias no partido, enquanto que o paulista é contra. Independente de quem for o candidato do PSDB, a estratégia de campanha com certeza não será atacar Lula. Atacar alguém com aprovação de quase 90% da população é suicídio numa eleição. A estratégia tucana provavelmente será a de continuidade, de prosperidade maior em relação ao atual governo com um gestor de competência comprovada (Serra ou Aécio).

E com certeza a central de boatos do PT vai espalhar pelo Nordeste, principalmente, que o PSDB vai acabar com o Bolsa-Família, que o senador Jarbas Vasconcelos definiu ser o maior programa assistencialista e de compra de votos do mundo. Acabar com o benefício de R$ 80,00 em uma família do sertão nordestino que não chega a ver nem R$ 100,00 por mês seria morrer de fome. Essa popularidade de Lula se deve unicamente ao Bolsa-Família, sem contar que o povo enxerga o Lula como sendo um deles.

E enquanto Dilma faz botox e viagens pelo país, Serra e Aécio buscam apoios para 2010, nós continuamos aqui (com juros de 11,25%) torcendo para que a crise econômica mundial não cause mais estragos do que já causou no país.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Será que sou louco?


Uma das coisas que mais gosto de fazer é observar pessoas. Seja num shopping ou qualquer outro lugar com concentração de pessoas, gosto de observar e tentar decifrar como deve ser tal pessoa, o que pensa, onde mora, em que trabalha, se é casado(a), tem filhos, etc..
Diante disso, quando recebi por e-mail essa crônica do Veríssimo, me identifiquei na hora com ela. Achei muito boa e decidi compartilhar:

Crônica da Loucura
Luis Fernando Veríssimo

O melhor da Terapia é ficar observando os meus colegas loucos. Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos
os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou.

Durante quarenta anos, passei longe deles. Pronto, acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou adorando estar louco semanal.

O melhor da terapia é chegar antes, alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera. Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer
dali a pouco.

Ninguém olha para ninguém. O silêncio é uma loucura. E eu, como escritor, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses.

Acho que todo escritor gosta desse brinquedo, no mínimo, criativo. E a sala de espera de um "consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Paulo Coelho como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu. Senão, vejamos:

Na última quarta-feira, estávamos:
1. Eu
2. Um crioulinho muito bem vestido,
3. Um senhor de uns cinqüenta anos e
4.. Uma velha gorda.

Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria o problema de cada um deles. Não foi difícil, porque eu já partia do principio que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados.

(2) O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá-lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam o namoro e não conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba"? Notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina.

(3)E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatos também pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roía as unhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra. Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.

(4) Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa. Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos. Será que se masturbaria? Será que era esse o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse.

Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu psicanalista. Conto para ele a minha "viagem" na sala de espera. Ele ri... Ri muito, o meu psicanalista, e diz:
- "O Ditinho é o nosso office-boy.
- O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá no Ipiranga e passa aqui uma vez por mês com as novidades.
- E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe.
- E você, não vai ter alta tão cedo..."

sexta-feira, 6 de março de 2009

Em nome de Deus?


O caso da menina de 9 anos que foi estuprada pelo padrasto e engravidou de gêmeos foi noticiada no mundo todo. Os médicos aconselharam que o aborto fosse feito, já que a garota não tem o corpo formado e provavelmente não aguentaria o parto e morreria. Sem falar na estrutura psicológica em ser mãe aos 9 anos!

Além desse fato repugnante cometido pelo padrasto da menina, outra coisa que me irritou foi o senhor arcebispo de Olinda e Recife, José Cardoso Sobrinho, ter excomungado a equipe médica que realizou o aborto na menina e a mãe da menor, por ter autorizado."A lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Então, quando uma lei humana, quer dizer, uma lei promulgada pelos legisladores humanos, é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor", disse José Cardoso Sobrinho.

Me irrita (vocês não tem ideia como) quando esses pseudo-religiosos vêm a público falar em nome de Deus. Que egocentrismo cego esse! Quem eles pensam que são para jogarem nas pessoas seus julgamentos, seus preconceitos e seus valores dizendo ser em nome de Deus?
Gostaria de pedir o celular de Deus para esses padres, bispos, pastores, essa corja toda de sacerdotes, já que eles falam com tanta intimidade em nome de Deus.

Não estou aqui discutindo o aborto (que sou contra), mas sim, a veemência e prepotência que pessoas do clero fazem do uso da palavra para impor suas verdades. Tem coisa pior do que um evangélico chegar para você e dizer: "vim trazer Jesus para sua vida". Como se Jesus fosse propriedade e privilégio deles...

Voltando ao arcebispo José Cardoso Sobrinho, por que ele não excomungou o padrasto estuprador? Deve ser porque a Igreja está cheia de estupradores né? Corporativismo é f**a!

quarta-feira, 4 de março de 2009

A difícil arte de envelhecer


Não quero parecer preconceituoso mas por que é tão difícil para essas mulheres aceitarem a idade que têm?

O pior caso para mim é o de Suzana Vieira. A atriz já está com 66 anos, quase na ante-sala da morte, e só pensa em fuder, fuder e fuder (desculpe o vocabulário vulgar). Eu acho que tudo na vida tem seu tempo e sua hora. Sexo é uma delas. É natural e normal que se faça muito, muuuuuitooo sexo na adolescência, nos 20 e 30 anos. A partir dos 40, o ritmo vai diminuindo, aos 50 o sexo vai perdendo a importância até que aos 60, 70, 80 em diante seja apenas uma lembrança.

Sabe o que parece para mim? Medo da morte! A mídia vende o tempo todo que sexo é vida, tudo é voltado para a sexualidade e sensualidade (para não dizer vulgaridade) e como a libido do homem e da mulher vai diminuindo depois dos 50, o que eles fazem? Arrumam garotões saradões ou menininhas da bunda grande. Já que sexo é vida, o fato deles já não serem guiados por hormônios como há anos atrás, faz com que eles pensem na morte, que estão perto do fim.

Por que não canalizar a energia sexual para outras coisas mais produtivas? Por que não se aprofundar e desenvolver uma espiritualidade, por exemplo?

Madonna sofre para se manter toda esticada e provar que ainda é a material girl pegando latinos sarados que sonham viver o American Way of Life. Pensei que depois que se casou com Guy Richie, ela tinha sossegado a periquita, buscou espiritualidade na Cabala... pelo menos achava. Agora vemos que Madonna nunca deixou de ser Madonna e esse negócio de Cabala é puro marketing. Suzana Vieira parece que não aprendeu com seu último relacionamento e já está procurando mais sarna para se coçar. Até o Rei Roberto Carlos depois de velho ficou bobo - está namorando uma garota de 24 anos e durante o Carnaval ficou encantado com o rebolado de uma adolescente de 18 anos.

Tanto para o homem como para mulher, é ridículo se envolver com pessoas que têm idade para ser seus filhos ou até netos. Crises de meia-idade, auto-afirmação? Chame do que quiser. Espero que quando eu passar dos 50, não fique igual um bobo procurando alguém em porta de faculdade ou frequentando lugares da moda pra provar que "ainda to podendo".