sábado, 11 de outubro de 2008

A geopolítica dançou

Os planos da geopolíca não se concretizaram 100% no Espírito Santo. O governo teve fortes derrotas em importantes municípios e os planos da geopolítica (leia-se Paulo Hartung, Ricardo Ferraço e Renato Casagrande) podem estar ameaçados para 2010.

As maiores derrotas foram em Colatina, Cachoeiro e Guarapari. Destaque para as duas primeiras que viraram em cima do candidato governista. Em Guarapari, o prefeito reeleito Edson Magalhães sempre esteve à frente e foi pouco ameaçada sua liderança para Rodrigo Chamoun.

Em Colatina e Cachoeiro foram as mais espetaculares derrotas governistas. O candidato do prefeito Guerino Balestrassi, Leonardo Deptulski, estava em maio com 3% das intenções de voto contra 57% de Paulo Foletto. Resultado em 5 de outubro: Leonardo 48% e Foletto 41%.

Em Cachoeiro, Carlos Casteglione chegou a estar 40 pontos atrás do coronel Theodorico Ferraço. Há uma semana das eleições, estava 10 pontos atrás e no dia da eleição o candidato do PT teve 49% contra 41% de Ferraço. E o governo corre sérios riscos de perder Vila Velha para Neucimar Fraga de Magno Malta agora no segundo turno. E com Vila Velha nas mãos, Magno Malta vai ter o maior colégio eleitoral do Estado para se candidatar ao governo em 2010.

Paulo Hartung não contava com a virada do PT no interior e acabou apoiando Coser e Helder Salomão em Vitória e Cariacica respectivamente. Agora, com o PT fortalecido, é certo que o partido terá um nome majoritário para governador em 2010 e pouco custa para os petistas se unirem e derem as costas pra Paulo Hartung e cia. Além do PT, outros que podem se animar com o enfraquecimento do governo são Sérgio Vidigal, que teve votação recorde de 94% na Serra e o prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi que enfrentou o governo e apostou em Leonardo Deptulski e se tornou a maior liderança no norte do Estado.

A geopolítica armou um quadro e o que se viu nas urnas foi outra coisa. Faltou combinar com o eleitor.

Inclassificáveis


Agora que as eleições acabaram, posso voltar a escrever com mais frequencia. O tulmuto, a tensão e a ansiedade só em 2010 agora hehehe.

No último dia 04, esteve em Vitória o irreverente Ney Matogrosso com sua turnê "Inclassificáveis". Fui ao show por curiosidade, pra variar, pra fazer algo novo e conhecer a música, o trabalho de Ney, pois conheço quase nada. Foi interessante. Do início ao fim, Ney se apresentou super performático, super andrógeno, super gay rs. Outra coisa que notei foi a platéia. A maioria era de homens e mulheres acima de 40 anos. Vi alguns de 20 e poucos anos perdidos como eu, talvez estavam lá pelos mesmos motivos que eu.

Durante o show, Ney até dança do ventre dançou e a platéia delirava, gritava a cada mancha, pinta, desmunhecada que Ney dava no palco. Algo me veio a cabeça nesses momentos: quanta hipocrisia! Numa sociedade preconceituosa como a nossa, o artista pode ser homossexual, pode dar a pinta que for, mas o parente, o vizinho de porta não? Não tem lógica... as pessoas aplaudindo, ovacionando Ney, será que são tão tolerantes com os gays fora do show? Enfim...

Mas o show como um todo valeu pela experiência.