
No último sábado, vi Anjos e Demônios, do mesmo autor de O Código DaVinci e, mais uma vez, o filme abordou o Vaticano, a Igreja Católica e seu passado. Entretanto, a Igreja não quis se pronunciar sobre Anjos e Demônios justamente para não atrair mais publicidade que o longa já proporcionou.
Ao ver este filme, lembrei de episódios em que tentei abordar e discutir o mal e o bem que o "cristianismo" fez ao logo desses 2000 anos na humanidade e sempre fui criticado ou mal interpretado. Já me chamaram até de ateu (não sou) porque uma vez fiz um documentário na faculdade que o tema era Nietzsche e suas ideias sobre o Cristianismo e no final do vídeo, tem uma cena em que a Bíblia é queimada, mas ninguém entendeu a real mensagem e o que o fato dela ser queimada representaria dentro da visão de Nietzsche. Preferiram falar besteiras ao tentar entender...
Fico imaginando e questionando... evoluimos pouco ou muito de 2000 anos pra cá? Claro que tecnologicamente nem preciso citar exemplos né? Estou me referindo ao ser humano como pessoa, ser pensante. Em Roma Antiga, tinhamos as Arenas em que os gladiadores lutavam com animais ou entre eles mesmos e o público vibrava com a carnificina. Hoje temos as Arenas chamadas Maracanãs, Morumbis, etc que até pouco tempo foram cenários de pancadaria e morte entre torcidas organizadas... parece que mudam-se a época e cenário mas os atores continuam os mesmos... sem contar que até hoje, dependendo do país que você estiver, apedrejar pessoas em praça pública é considerado normal... em que ano estamos mesmo? 2009? Idade Contemporânea né? Ah ta...
Mas voltando ao que eu queria falar inicialmente, eu fico percebendo e tentando entender o comportamento de certas pessoas quando o assunto é religião. Em determinado momento, tem-se a clara sensação de estar vivendo na Idade Média. Não estou aqui para atacar religião x ou y, nem doutinar ninguem para se converter na religião z. O que fico impaciente é a com a total subserviência de certas pessoas na relação sacerdote - fiéis.
Eu conheço pessoas que estudaram em boas escolas, fizeram ótima faculdade, tem bons empregos, tem padrão de vida elevado, etc... o que se espera de pessoas assim? Que sejam bem informadas, questionadoras e pouco influenciáveis mas basta um NÃO vindo de um padre, pastor, o que seja, para que a pessoa faça aquilo (às vezes contra a vontade) só porque o sacerdote disse ou porque a Bíblia não está de acordo...
Alguém ja parou aí para pensar o que é a Bíblia e em quais circunstâncias ela foi sendo escrita ao longo dos anos? Foi Jesus quem a escreveu? Não. Ponto contra. Grande parte dos textos ali tiveram a influência de Paulo, que nem sequer chegou a conhecer Jesus! Nietzsche até diz que o que temos aí chama-se Paulinismo e não Cristianismo e que o Evangelho morreu na cruz, junto com Cristo. E será que alguém realmente acredita que a Bíblia de hoje é a mesma de 1000 anos atrás? Numa época em que a religião era forma de dominar a massa (ainda é) como foi a Idade Média e que só os nobres e os sacerdotes tinham acesso aos textos "sagrados", será que ninguém, nunca escreveu ali códigos morais e éticos ou alterou os originais de acordo com sua própria conveniência?
Não quero promover uma queima de Bíblias em praça pública, só me pergunto por quê as pessoas aceitam diversas coisas e se martirizam sem ao menos questionar, já que somos uma sociedade civilizada, moderna, pelo menos na teoria né? Deve ser pelo temor a Deus, medo de castigo, medo de Jesus ficar com raiva, só pode... esse medo e principalmente a culpa que algumas igrejas fazem a gente ter desde o nascimento, talvez iniba qualquer tipo de questionamento. Mas minha concepção de religião e de Deus, principalmente, não inclui o medo.
Penso que Jesus Cristo fracassou em sua missão na Terra. Tem 2000 anos que ele passou por aqui e ainda não conseguimos aprender nada com ele. As guerras em nome de Deus continuam, dentro do "Cristianismo" há várias facções com seus julgamentos e preconceitos (leia-se as 24472897405714107 tipos de Igrejas Evangélicas existentes) e as duas palavras mais importantes que ele nos ensinou, não aprendemos: AMOR e PERDÃO.